quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Retalhos de meus rins
esqueço que penso demais
sofro demais
à mais do que precisaria
se fosse tão paciente quanto são
sairia daqui
levaria dali
a impaciência que me guia
quanto tempo
o tempo vai precisar
para tirar de cima de mim
o mau de estar
neste alimento profundo
um silêncio tão mudo
que não sai de mim
não sai
sexta-feira, 24 de julho de 2009
Um rio no asilo
Nasci nesta cidade que se divide pelas águas de um rio. As águas do Piracicaba, um belíssimo pai agregador que criou uma comunidade de indivíduos ao seu redor e uniu os povos. Quem saiu das células-tronco deste canalizador de almas sabe o quão importante é o seu espírito. Não tem quem passe por pontes, avenidas à beira, voe sobre ele e que não pense no poder e grandiosidade que imperam em seu nome.
O saudosismo que levo comigo é aquele pelo qual não vivi. De quando as águas do Piracicaba eram limpas, os resíduos humanos e industriais não eram injetados sobre ele e assim poderia exercer sua majestade, aglomerando peixes e criaturas na sua natureza selvagem.
No entanto, me sinto um filho ingrato que tranca o pai no asilo, ofende com palavrões sua inexata memória, grita aos berros para o seu entendimento surdo. A verdade é que todos estão surdos, cegos, sem olfato ou ainda sem a lembrança de quando nos livro de estudos sociais se estudava a água como insípida, inodora e transparente.
E eis que então, em discussões e promessas deste ano marcado, só ouvi falar sobre as pontes que o encobrirão, sobre as avenidas que o rodearão, sobre as vidas que melhorarão ao seu redor com saúde, educação, emprego, moradia... Mas dele, alguém se lembra? A obscuridade de suas águas negras e os defuntos que bóiam na sua superfície não ouço, não leio, não entendo!
sexta-feira, 17 de abril de 2009
Amor-Platônico-Pseudo, por Mirela Leme, a Pipi
Leia você mesmo:
Na minha busca sobre o tema que poderia contribuir para esse blog, em que todos querem loucamente publicar seus textos, tive um dilema que resultou no que há de mais pseudo em mim: Amores Platônicos.
Descobri um novo termo amor-platônico-pseudo. Por que não?
Suposta definição rápida de amor platônico na concepção pipiziana:
"Amor impossível, difícil de ser realizado, em que as esperanças e a paixão se baseiam no imaginário de uma mente carente".
Rápida definição de amor platônico wikipediana:
"O Amor, no ideal platônico, não se fundamenta num interesse (mesmo o sexual), mas na virtude".
Resumo rápido da concepção pipiziana de amor-platônico-pseudo:
"Amor difícil de ser realizado, na maioria das vezes por meninos que se encontram atrás do balcão ou do caixa de um bar, ou que não podem ter uma relação apenas por estarem trabalhando. Amor que transforma qualquer cabeludo em entendido das músicas, cultura e filmes que você gosta e que beijam bem em sonhos".
Ou seja, amor platônico é pseudo.
Vamo militá!
quinta-feira, 9 de abril de 2009
Eu sou astrólogo!
Penso sempre quem inventou a merda da astrologia e logo peço desculpas por chamá-la de merda. Afinal, ela é impressionante. Nunca acreditei muito no signo como único e poderoso entre os elementos que nascem durante certos trinta dias. Mas quando montamos nosso mapa astral, as coisas fluem de uma maneira impressionante.
Fiz o meu e logo vi que cerca de 80% das coisas são exatamente minhas características. E nada mais pseudo que saber detalhes de sua vida astral.
Segue o meu.
As letras pintadas de AZUL são MUITO REAIS e as de VERMELHO são bem IRREAIS:
Veja seu Mapa Astral Interpretado em 10 Capítulos
Capítulo 1 - DESCRIÇÃO GERAL
Você é impressionável, emotivo, caseiro e vidrado em parentes e familiares. Sente necessidade de segurança afetiva e material. Quando esta perturbado torna-se tímido, intolerante, caprichoso, negligente e melancólico. Teme o ridículo, sofre de ansiedades.
Capítulo 2 - TEMPERAMENTO E EMOTIVIDADE
Seu temperamento é volátil e explosivo, mas você não costuma guardar rancor. Seu senso de independência não admite a influencia de terceiros e freqüentemente leva-o a agir impulsiva e irrefletidamente. Possui muita iniciativa mas pouca persistência.
Capítulo 3 - MENTE E COMUNICAÇÃO
Sua mente é muito influenciada pelas emoções profundas e seu raciocínio não é lógico, salvo nos assuntos humanitários. Você aprende melhor intuitivamente já que tem percepção psíquica e intuitiva e esta voltado para a vida domestica e familiar.
Capítulo 4 - SENSIBILIDADE E AFETOS
Sua sensibilidade é muito emotiva, impressionável, fecunda, maternal e caseira. Seus afetos estão estreitamente ligados ao lar. Em vits disso, você encontra no casamento um meio seguro e tranqüilo de manifestar seu amôr. Precisa de freqüentes manifestações de afeto.
Capítulo 5 - ATIVIDADE E CONQUISTA
Você fica totalmente absorvido pelo seu trabalho e prefere agir na certa. É ambicioso, persistente, eficiente, discreto e disciplinado, mas também é teimoso, possessivo, ciumento e sensual. Seu magnetismo atrai as pessoas do sexo oposto.
Capítulo 6 - SENTIMENTO E ÊXITO
Você prefere o trabalho profissional, não se incomoda com suas formalidades e gosta de ocupar uma posição de influencia, já que para você é importante fazer parte das altas rodas. Pode ter êxito nos negócios, função publica, educação e política.
Capítulo 7 - ESFORÇOS E LIMITAÇÕES
Você é pessoa bastante reservada a respeito do que verdadeiramente acha e sente e tem dificuldade para manifestar-se abertamente. Você costuma lutar contra seu próprio subconsciente e ter problemas de comunicação com as pessoas mais chegadas.
Capítulo 8 - ORIGINALIDADE E INDEPENDÊNCIA
A liberdade de expressão em qualquer campo é extremamente importante. Adota prontamente os novos conceitos religiosos e tende fortemente para a parapsicologia e metafísica. É compassivo, otimista e liberal, tem senso de humor e gosta de viajar.
Capítulo 9 - IMAGINAÇÃO E PSIQUISMO
Sua natureza psíquica anseia por padrões religiosos e filosóficos mais elevados. Em vista disto, você apoia a revisão das leis em vigor, busca um sentido mais profundo para a vida, interessa-se pelos poderes da mente e gosta de fazer extensas viagens.
Capítulo 10 - TRANSFORMAÇÃO E DESTINO
Você é altamente adaptável, ama a beleza, gosta da vida social e dá grande valor ao relacionamento harmonioso. Tem acentuado senso de justiça e forte instinto social. Contudo, costuma ser inconstante em suas próprias relações sociais.
Os pontos mais relevantes de seu Mapa Astral
- Sua ambição e energia funcionam em harmonia com os seus sentimentos e instintos. Você costuma se dar bem com todos e isso é muito bom. Costuma gozar boa saúde e ter êxito na vida com a provável ajuda de pessoas de elevada posição. Tire bom proveito de sua popularidade e magnetismo.
- Você é inteligente e criativo e tem a necessária força de vontade para transformar suas idéias em realidade. Costuma comunicar-se com facilidade mas é altamente subjetivo e incapaz de ver-se como realmente é ou age.
- Você é otimista, alegre e ama a vida. Tem boa aparência, gosta de divertir-se, dos encontros sociais e de tudo que é belo e harmonioso. Expressa-se com facilidade e possui aptidões para a musica e as belas artes. Tem uma grande capacidade de fazer os outros felizes.
- Você tem grande necessidade de relacionar-se com as pessoas a nível intuitivo ou psíquico. É receptivo e os outros podem exercer sobre você grande domínio mental e energético. Prefere ter um guia ou orientador espiritual. É importante que adote hábitos saudáveis e afastar-se de multidões a fim de manter sua vitalidade e energia.
- Você tem profundo senso de sua missão e propósito na vida, mesmo que não seja capaz de defini-los claramente. Tem grande força de vontade, concentração e capacidade de liderança, interesse pela essência das estruturas e se dá bem em posição de mando.
- Você tem facilidade de compreender a psicologia dos outros. Aprecia as pessoas de diferentes raças e classes e gosta de experimentar as diferentes maneiras de viver. Você faz as pessoas se sentirem a vontade e elas gostam de lhe escutar.
- Você é tranqüilo, otimista e alegre. Ama com intensidade e sempre está disposto a ajudar as pessoas quando elas precisam. Faz os outros se sentirem amados e apreciados mesmo sem você fazer nada. Talvez você não se aperceba da extensão da dadiva que possui.
- Sua grande facilidade para comunicar-se harmoniosamente promete êxito na literatura, poesia, teatro, TV, radio, jornal e revista. Também tem aptidões para as ciências, negócios em sociedade e para a carreira diplomática.
- Sua forte, mas negativa sensibilidade, leva-o a querer ser mais esperto do que os outros, o que geralmente resulta em enganos, ilusões e decepções por parte de si e dos outros. Suas relações sociais tendem a ser superficiais ou confusas. É preciso ser mais realista e vencer esta tendência para Ter mais êxito na vida.
- Você tem fortes convicções a respeito de muitos assuntos, porem não força os outros a aceita-las. Você é um bom pesquisador, persistindo na busca até obter respostas, alem de ter adequada percepção das motivações alheias.
- Apesar de ser corajoso, esforçado, cheio de recursos e muito persistente, você ressente-se de que seus esforços não produzem o resultado desejado. Muitas vezes pode ficar sem poder trabalhar por longos períodos. Tenha confiança e persistência que seus esforços serão recompensados.
- Você tem grande capacidade construtiva. Seu senso inato mostrar-lhe-á como ter sucesso em Direito, política, educação ou qualquer empreendimento comercial. Entretanto, sua habilidade em organização pode incliná-lo ao trabalho administrativo.
- Você está muito ligado a finalidade espiritual e ao destino do homem. Nos fundamentos e ensinamentos das religiões, é capaz de encontrar um novo sentido nas tradições. Também prefere a liberdade de expressão e a sociedade democrática e aberta.
quarta-feira, 8 de abril de 2009
Deixando de ser pseudo
A rica cultura, a sua suntuosa capital e um governador careta. Estas são algumas das características do Estado de São Paulo, esse agregador de tipos, pai de todos os povos e grande concentrador de riquezas materiais, espirituais e tecnológicas. O estado mais power do país, convenhamos, que une tudo numa coisa só (ai que coisa mais Teatro Mágico).
E daí ele é pseudo. Sim, porque é só conhecer a undergroundilidade de sua extensão que a pseudagem impera. Na capital paulista, então, nem se fala. Agora, ser pseudo é ter longe de si uma coisa chamada caretice. E São Paulo anda careta pra diabo. São canetadas políticas que querem absolver toda uma sociedade ao pé da letra.
E eis que no dia de ontem, foi aprovada a lei que faz o fumante fumar praticamente só em casa. Mais ou menos igual à lei seca, agora entra em vigor a lei úmida (entendeu? Tipo, água no fogo... hohoho).
Pra mim é ótimo, que parei de fumar e agora estarei não só parando, mas proibido, já que não fumava em casa mesmo. E também porque nada mais chato que ter de sair de um bar pra ir, sozinho, fumar lá fora. Aff... É como beber uísque falando com a mãe.
Mas a proibição é que irrita. Essa ditadura militar branda que assola essa politicagem. Putz, e muita gente achando que a maconha seria liberada. Mas, seguindo os passos da lei anti direção+bebida, tudo vira lenda.
E a melhor frase que li na FolhaOnLine: Marcus Vinícius Rosa, diretor da Abresi, defende a posição da Abrasel. "Bar sem beber e fumar não é bar --é igreja", diz.
terça-feira, 7 de abril de 2009
Quando uma hora não é 60 minutos
E lá fui eu tentar... num domingo comum, um filho de Deus... tentar ser pseudo.
Consegui!
Não que ser pseudo seja uma coisa difícil (é só praticar), mas a pilantragem da pseudagem aparece nítida e deslumbrada quando se quer. E a prova disso foi o que vi às 18h, de 5 de abril, no Teatro Municipal Dr. Losso Netto – Sala 2.
Nome da Peça: Des-esperando (baseada em Esperando Godot), da Tusp (Teatro da Usp).
A gente acha que vai ver algo em que, no final, se espera alguma coisa do que a gente já sabe mais ou menos do que se trata. Li Esperando Godot há um tempo para um teste que fiz num grupo de teatro. Adorei! Mas daí vem a Tusp e encara aquilo uma formatação tão subjetiva que, somada a minha vontade de fazer xixi e não poder, fez com que aquela uma hora de espetáculo se transformasse numa eternidade sem fim.
Típica coisa de estudante universitário: Frases soltas, trechos repetitivos, formas de expressão sem sentido, nenhuma explicação sobre poha nenhuma e ainda interação com cenas audiovisuais. Sem trilha sonora, sem algo que faça sorrir, nem chorar, nem nada. Saí de lá com cara de quem comeu tofu (queijo de soja sem gosto). E ainda querem que a gente tente tirar uma lição daquilo tudo.
E eu tirei:
“Quando você ler o release, matéria ou qualquer coisa sobre uma peça a qual os atores, diretor, roteirista, etc, não sabem muito como explicar aquela merda, não vá ver. Isso inclui temática nordestina com contos de cordel, teatro do absurdo, clown, e muitas outras coisas irritantes que atores pseudos possam interpretar.
Ah! Histórias picotadas inspiradas na vida dos próprios atores, também não vale. Na certa você verá muitas cenas deles contando para os pais que são homossexuais, meninas lutando para convencer a si que viver de teatro é algo lúdico e a certeza de um futuro sem dinheiro, além de canções que elevem a alma com muitos deles desafinando pra caramba.”
Prontofalei!