“A morte, surda, caminha ao meu lado
E eu não sei em que esquina ela vai me beijar”
Canção para a minha morte – Raul Seixas
Estive pensando muito na morte! Sim, em como ela pode ser pseuda...
Imaginei então se as lendas do rock como Lennon, Raul, Hendrix, Janis, ainda estivessem vivos. A pseudagem poderia não existir. Afinal, esses caras, e muitos outros tantos de outros, estão entre os maiores líderes da pseudagem e, principalmente, a partir das suas mortes.
Alguém já ouviu os discos solos de Lennon? É a experimentação Cult com paladar underground alternativo submundo geral anárquico e pseudo. Só virou o primeiro beatle guru quando tornou-se um su-ces-so com o tiro afagado por seu corpo frágil naqueles anos 80.
Raul criou filosofias, inventou metáforas e até hoje é guru dos pseudo malucos. Mãããs é mito porque a morte, na esquina, lhe beijou.
Hendrix tacou fogo na guitarra e também virou santo do pau oco dos solos de seus seguidores. O mundo dos guitar heroes e playstations não seriam os mesmos sem o velho negão, mas ele por aqui não teria a carga mitológica acoplada em toda sua carcaça histórica.
Janis, putz, Janis inventou o canto sem canto, a voz sem a voz, o grito sem o sopro. Ela é a cara da pseudagem. Mas tua morte sacralizou aquela figura pálida que ficou mais pálida ainda.
Além deles, existem baldes de outros. Imagine, por exemplo, o que seria do nosso cinema sem o Cinema Novo de Glauber Rocha. Toda aquela pseudagem em preto e branco serviu para dar a nova cara do cinemão nacional. E eu falo daqueles que enchem a tela de emoção, razão e nudez. Brasileiro não sabe fazer comédia, principalmente se for romântica. Fica aquela punhetagem de Ctrl + C, Ctrl + V do cinema americano e italiano. Aff...
Mas, voltando à morte de Glauber, se estivesse unido a cá, entre nós, nos dias atuais de hoje (adoro pleonasmo), será que ele estaria fazendo favela-movie ou pós-graduando em abstrato, like the radio-tv students?
Atitudes pseudas na morte, ou na autodestruição, também servem para mudar o mundo. Vamos lembrar alguns nomes mortos durante as décadas passadas e o que constava nos seus relatórios de óbito:
3 de julho de 1971 - Jim Morrison, causa não comprovada, aos 27 anos
16 de agosto de 1977 - Elvis Presley, insuficiência cardíaca, aos 42 anos.
2 de fevereiro de 1979 - Sid Vicious (baixista dos Sex Pistols), overdose, aos 22 anos.
18 de maio de 1980 - Ian Curtis (vocalista do Joy Division), suicídio por enforcamento, aos 23 anos.
1 de abril de 1984 - Marvin Gaye, assassinado pelo próprio pai, aos 44 anos.
24 de novembro de 1991 - Freddie Mercury (vocalista do Queen), AIDS, aos 45 anos.
4 de dezembro de 1993 - Frank Zappa, câncer, aos 52 anos.
5 de abril de 1994 - Kurt Cobain (vocalista e guitarrista do Nirvana), suicídio aos 27 anos.
3 de março de 1996 – Mamonas Assassinas – queda de avião
15 de abril de 2001 - Joey Ramone (vocalista dos Ramones), câncer linfático, aos 49 anos.
29 de novembro de 2001 - George Harrison (guitarrista dos Beatles), câncer, aos 58 anos.
E o último contabilizado:
4 de fevereiro de 2009 - Lux Interior (vocalista do The Cramps), complicações cardíacas, aos 62 anos.
***Para ler ouvindo o terceiro movimento da sonata nº 2 para piano em si bemol menor, op. 35 de Frédéric François Chopin (Fryderyk Franciszek Chopin, 1810–49), mais conhecida como MARCHA FÚNEBRE.
Putz Rubs, que post macabro esse heim... mas faz todo sentido... a morte anda de mãos dadas com a pseudagem artística.
ResponderExcluirFaltou vc citar o Jim Morrisson, na sua imensa pseudagem-psicodélica-xamânica...hehe
E olha q coincidência, ontem tava passando um filme no TCCult(!!) sobre o assassino do John Lennon!! Aff...
Rubs...live fast, die young, é a fórmula...fazer 100 anos só é bom no dia desta festa, depois é todo mundo reclamando do velhote...Arnaldinho Bap encosta sua fama na morto-vivice, assim como Herbert...e vivem mortamente felizes Elises, Cazuzas e Russos...a vida esta pela hora da morte, pra quem pode, sendo cabra ou bode
ResponderExcluirTá, tem também o Brian Jones, o gênio expulso da banda que ele mesmo criou... a maior banda de rock do mundo.
ResponderExcluirE confesso, a parte do George me tocou... lembro como se fosse hoje, eu tinha 11 anos, chorei, chorei, chorei até secar.
=/
Será que um dia eu entro pro Hall dos mortos importantes pra história da humanidade?
I hope so...
=*