sexta-feira, 13 de março de 2009

Quando a Morte lhe cai bem


“A morte, surda, caminha ao meu lado
E eu não sei em que esquina ela vai me beijar”

Canção para a minha morte – Raul Seixas



Estive pensando muito na morte! Sim, em como ela pode ser pseuda...


Imaginei então se as lendas do rock como Lennon, Raul, Hendrix, Janis, ainda estivessem vivos. A pseudagem poderia não existir. Afinal, esses caras, e muitos outros tantos de outros, estão entre os maiores líderes da pseudagem e, principalmente, a partir das suas mortes.


Alguém já ouviu os discos solos de Lennon? É a experimentação Cult com paladar underground alternativo submundo geral anárquico e pseudo. Só virou o primeiro beatle guru quando tornou-se um su-ces-so com o tiro afagado por seu corpo frágil naqueles anos 80.


Raul criou filosofias, inventou metáforas e até hoje é guru dos pseudo malucos. Mãããs é mito porque a morte, na esquina, lhe beijou.


Hendrix tacou fogo na guitarra e também virou santo do pau oco dos solos de seus seguidores. O mundo dos guitar heroes e playstations não seriam os mesmos sem o velho negão, mas ele por aqui não teria a carga mitológica acoplada em toda sua carcaça histórica.


Janis, putz, Janis inventou o canto sem canto, a voz sem a voz, o grito sem o sopro. Ela é a cara da pseudagem. Mas tua morte sacralizou aquela figura pálida que ficou mais pálida ainda.


Além deles, existem baldes de outros. Imagine, por exemplo, o que seria do nosso cinema sem o Cinema Novo de Glauber Rocha. Toda aquela pseudagem em preto e branco serviu para dar a nova cara do cinemão nacional. E eu falo daqueles que enchem a tela de emoção, razão e nudez. Brasileiro não sabe fazer comédia, principalmente se for romântica. Fica aquela punhetagem de Ctrl + C, Ctrl + V do cinema americano e italiano. Aff...


Mas, voltando à morte de Glauber, se estivesse unido a cá, entre nós, nos dias atuais de hoje (adoro pleonasmo), será que ele estaria fazendo favela-movie ou pós-graduando em abstrato, like the radio-tv students?


Atitudes pseudas na morte, ou na autodestruição, também servem para mudar o mundo. Vamos lembrar alguns nomes mortos durante as décadas passadas e o que constava nos seus relatórios de óbito:



3 de julho de 1971 - Jim Morrison, causa não comprovada, aos 27 anos

16 de agosto de 1977 - Elvis Presley, insuficiência cardíaca, aos 42 anos.

2 de fevereiro de 1979 - Sid Vicious (baixista dos Sex Pistols), overdose, aos 22 anos.

18 de maio de 1980 - Ian Curtis (vocalista do Joy Division), suicídio por enforcamento, aos 23 anos.

1 de abril de 1984 - Marvin Gaye, assassinado pelo próprio pai, aos 44 anos.

24 de novembro de 1991 - Freddie Mercury (vocalista do Queen), AIDS, aos 45 anos.

4 de dezembro de 1993 - Frank Zappa, câncer, aos 52 anos.

5 de abril de 1994 - Kurt Cobain (vocalista e guitarrista do Nirvana), suicídio aos 27 anos.

3 de março de 1996 – Mamonas Assassinas – queda de avião

15 de abril de 2001 - Joey Ramone (vocalista dos Ramones), câncer linfático, aos 49 anos.

29 de novembro de 2001 - George Harrison (guitarrista dos Beatles), câncer, aos 58 anos.


E o último contabilizado:

4 de fevereiro de 2009 - Lux Interior (vocalista do The Cramps), complicações cardíacas, aos 62 anos.




***Para ler ouvindo o terceiro movimento da sonata nº 2 para piano em si bemol menor, op. 35 de Frédéric François Chopin (Fryderyk Franciszek Chopin, 1810–49), mais conhecida como MARCHA FÚNEBRE.


3 comentários:

  1. Putz Rubs, que post macabro esse heim... mas faz todo sentido... a morte anda de mãos dadas com a pseudagem artística.
    Faltou vc citar o Jim Morrisson, na sua imensa pseudagem-psicodélica-xamânica...hehe

    E olha q coincidência, ontem tava passando um filme no TCCult(!!) sobre o assassino do John Lennon!! Aff...

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  2. Rubs...live fast, die young, é a fórmula...fazer 100 anos só é bom no dia desta festa, depois é todo mundo reclamando do velhote...Arnaldinho Bap encosta sua fama na morto-vivice, assim como Herbert...e vivem mortamente felizes Elises, Cazuzas e Russos...a vida esta pela hora da morte, pra quem pode, sendo cabra ou bode

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  3. Tá, tem também o Brian Jones, o gênio expulso da banda que ele mesmo criou... a maior banda de rock do mundo.

    E confesso, a parte do George me tocou... lembro como se fosse hoje, eu tinha 11 anos, chorei, chorei, chorei até secar.
    =/


    Será que um dia eu entro pro Hall dos mortos importantes pra história da humanidade?
    I hope so...

    =*

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